terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Recolha selectiva em Lisboa



LISBOA ALARGA RECOLHA PORTA A PORTA PARA TIRAR ECOPONTOS DA RUA ATÉ 2013

No final de 2013, apenas os vidrões continuarão na via pública da capital. Até lá, a autarquia estenderá progressivamente o sistema de recolha selectiva porta a porta a toda a cidade, retirando vantagens económicas e ambientais. Outros municípios contactados pelo DN não seguirão o exemplo



INÊS BANHA (Diário de Notícias)

Retirar até 2013 todos os ecopontos, à excepção dos vidrões, da via pública. É este o objectivo da Câmara Municipal de Lisboa, que, para isso, alargará progressivamente a toda a cidade a recolha selectiva de resíduos porta a porta (embalagens e papel/cartão). A iniciativa, que permitirá aumentar as receitas da autarquia, não acontecerá noutros municípios contactados pelo DN, que manterão os dois sistemas em simultâneo.

Foi na segunda-feira que a freguesia de S. João de Brito passou a estar totalmente abrangida pela recolha selectiva porta a porta. A próxima será a de Alvalade, em Abril. Segundo disse ao DN João Camolas, assessor do gabinete do vereador Sá Fernandes, o projecto acarreta diversas vantagens, nomeadamente económicas.

No "porta-a-porta, há um investimento inicial em termos de equipamento". Porém, "são libertados pontos de recolha de papel e embalagens dos ecopontos e há uma reestruturação e optimização dos circuitos de remoção porta a porta", a que se acrescenta "um aumento de quantidades" recolhidas, o que se traduz num aumento das receitas, explicou o assessor.

O facto é que, só no ano passado, o município obteve uma receita de 3,7 milhões de euros "como resultado da entrega dos produtos recolhidos selectivamente" - com e sem porta a porta -, conseguindo economizar 5,3 milhões de euros "no que se refere às despesas com o tratamento e destino final dos resíduos sólidos urbanos".

Mas, mais do que económicas, as vantagens são ambientais. Para além de existir mais material passível de ser reciclado, também a cidade fica mais limpa. Basta lembrar, por exemplo, o lixo que normalmente se acumula em torno dos ecopontos (montureira), e que os torna em "focos de insalubridade".

EUROPA

Países começaram a aderir nos anos 90

De acordo com o Manual de Recolha Selectiva Porta a Porta da Catalunha, em Espanha, as primeiras experiências daquele sistema na Europa surgiram ainda na década de 1990. Niort (França), Arhus (Dinamarca) eTralee (Irlanda) são apenas alguns dos exemplos. Mas foi a Itália que a região espanhola foi buscar inspiração, tendo começado a instituir um sistema de recolha selectiva porta a porta em 1999. Em 2006, já eram abrangidos mais de 250 mil catalães.

PRÓS

PARTICIPAÇÃO

Maior participação da população do que com os ecopontos, devido ao aumento da comodidade e, consequentemente, maiores quantidades de materiais recolhidas por pessoa.

QUALIDADE

Aumento da qualidade dos materiais recolhidos, devido à menor contaminação, principalmente no que concerne a presença indevida de lixo comum nas embalagens, bastante significativa nos ecopontos.

SALUBRIDADE

Substituição dos ecopontos, que são permanentemente alvos de montureiras (colocação indevida de lixo em seu redor), transformando-se, muitas vezes, em focos de insalubridade.

CONTRAS

DISCIPLINA

Exigência de que os munícipes sejam disciplinados no cumprimento dos dias e horários estipulados para a deposição dos resíduos, que nem sempre são respeitados, aparecendo resíduos na rua a qualquer hora.

ESPAÇO

Insuficiência de espaço de algumas habitações e prédios para guardar as diferentes fracções de resíduos em contentores, não querendo os condóminos os mesmos em áreas comuns ou sociais.

ACUMULAÇÃO

Necessidade de acumular o lixo na própria residência, já que não existe recolha todos os dias da semana, o que nem sempre é cómodo, nomeadamente devido ao cheiro ou à falta de espaço.

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