segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Mais um jardim em Lisboa (e um segredo por desvendar)


Lisboa poderá estar mais perto de ganhar um "novo" jardim. O Jardim do Arco poderá abrir ao uso público em breve, caso existam interessados no concurso público para exploração de um edifício e dinamização do Recinto, na rua das Amoreiras, que está a decorrer até 12 de Janeiro. A CML e a EPAL assinaram um protocolo, que agora dá origem a este concurso, para dar a conhecer este segredo bem guardado de Lisboa, bem no centro da cidade, que inclui uma entrada no Aqueduto das Águas Livres, no troço que liga este jardim ao Jardim das Amoreiras (Marcelino Mesquita). A concessão será por um período de 15 anos, prorrogável até ao limite máximo de 18 anos e o valor base da proposta (preço mínimo mensal) é de 500 € (quinhentos euros), não incluindo IVA.
Para ler no Público a notícia de Inês Boaventura.

«Conhece o Jardim do Recinto do Arco, na Rua das Amoreiras, em Lisboa? O mais provável é que a resposta seja negativa, mas isso poderá mudar já no Verão de 2011. Nessa altura o espaço verde que hoje está fechado ao público deverá abrir as portas, oferecendo aos visitantes um restaurante, uma esplanada e a possibilidade de percorrer o troço do aqueduto que dá acesso à Mãe d"Água das Amoreiras. A Câmara de Lisboa e a Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) anunciaram, ontem, o lançamento de um concurso para concessionar a exploração de um edifício com entrada pelo número 101 da Rua das Amoreiras, que pertence àquela empresa, mas não tem hoje qualquer utilização. A intenção é que no piso térreo surja um restaurante com esplanada e que o piso superior seja um espaço multifuncional para eventos, exposições e outras actividades que o concessionário proponha. Em frente do chamado edifício sudeste há um jardim (o tal do Recinto do Arco), cujas árvores de grande porte se erguem sobranceiras ao muro que dá para a Rua das Amoreiras. Quando aquela concessão for entregue, este passará a estar aberto ao público. "É um ganho absolutamente extraordinário para a cidade", considera o vereador dos Espaços Verdes da Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes, sublinhando que este é um jardim desconhecido da maioria dos lisboetas. O vencedor do concurso deverá também "criar percursos de visita guiada para exploração e fruição da Casa da Água [junto ao edifício sudeste], reservatórios enterrados e do troço do Aqueduto que dá acesso à Mãe de Água das Amoreiras", como se lê no caderno de encargos. Ontem o PÚBLICO percorreu com o vereador esse percurso do aqueduto, que começa no subsolo do Recinto do Arco, atravessa a Rua das Amoreiras à superfície e termina na Mãe d"Água das Amoreiras, onde Sá Fernandes destaca a existência de "um fantástico terraço" com vista sobre Lisboa. O vereador acredita que, se o concurso agora lançado, e cujo prazo para a apresentação de propostas termina a 12 de Janeiro de 2011, for bem sucedido, os lisboetas poderão usufruir do Recinto do Arco já a partir do próximo Verão. Depois disso, Sá Fernandes tem também a ambição de estabelecer uma ligação entre a zona do centro comercial das Amoreiras e a Casa Veva de Lima, um palácio da autarquia na Rua Silva Carvalho, e daí para o jardim que os lisboetas e visitantes da cidade vão agora ganhar. A abertura do espaço da EPAL na Rua das Amoreiras decorre ao abrigo de um protocolo que foi celebrado com a autarquia e que previa que a população pudesse usufruir de vários espaços da empresa até aqui fechados, como o depósito de água na Penha de França.»
Mais informações em http://www.biz.gov.pt/.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Sementes portuguesas em exposição no MUDE


O MUDE - Museu do Design e da Moda recebe, entre 18 de Dezembro e 20 de Março, a exposição “Semente. Valor Capital”, que marca a abertura dos ex-cofres do Banco Nacional Ultramarino, onde está sediado o museu. A mostra, organizada com a CML, reúne mais de 500 variedades de frutos, cereais e legumes e pretende realçar a importância do valor das sementes de várias regiões portuguesas, alertando para a necessidade de preservação do vasto Património Agrícola nacional.

A escolha das sementes foi feita por uma comissão científica constituída por elementos do Instituto Superior de Agronomia, o Banco Português de Germoplasma Vegetal e a Associação Colher para Semear.

No âmbito da exposição, realiza-se em frente ao MUDE, na Rua Augusta, hoje à tarde e no amanhã, todo o dia, um mercado de rua com produtos nacionais.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A luta contra a corrupção continua

A decisão conhecida esta semana da rejeição pelo Supremo Tribunal de Justiça dos recursos interpostos por José Sá Fernandes e pelo Ministério Público no caso de corrupção Bragaparques, por considerarem que a norma legal que permite o recurso é inconstitucional, sem analisar a questão de fundo (a tentativa de corrupção de um autarca), não acrescenta dados novos ao processo e à decisão de Outubro, tratando-se apenas de um pré-forma para que possa ser apresentado recurso para o Tribunal Constitucional.

E assim, irá recorrer-se ao Tribunal Constitucional para decidir se a norma do Código de Processo Penal em apreço é ou não inconstitucional.

Indiscutível, é que, os factos estão provados: Domingos Névoa ofereceu dinheiro a um vereador – o acto praticado foi cometido quando José Sá Fernandes já era vereador da Câmara Municipal de Lisboa - para desistir da acção que anteriormente tinha interposto e que prestasse declarações públicas favoráveis ao negócio Parque Mayer, que tinha antes contestado, o que, aliás, continua a acontecer.

Aguarda-se pela Justiça, agora constitucional.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Quiosques de Lisboa
















Nos últimos anos, os quiosques têm contribuído para "mudar a paisagem" de Lisboa, trazendo mais vida e segurança aos parque, jardins e miradouros da cidade. Já são mais de 20, recuperados e novos, tradicionais e modernos. Largo Camões, Princípe Real, Botto Machado, Alameda D. Afonso Henriques, Monte Agudo, Jardim da Estrela, Jardim das Amoreiras, Praça José Fontana, são alguns dos locais que ganharam nova dinâmica. A colocação de muitos destes quiosques acompanhou obras de requalificação destes espaços.

Neste momento há dois concursos a decorrer, para uma cafetaria no Parque Oeste (Alta de Lisboa) e para um quiosque no Parque Bensaúde (São Domingos de Benfica). Outros se seguirão.

A estratégia é para manter, até porque, em altura de crise, são oportunidades de negócio acessíveis. O ano de 2011 trará novidades e mais quiosques, tão ou mais surpreendentes como os que, um pouco por toda a Lisboa, ajudam a recuperar esta tradição tão nossa.

Fica a sugestão para o feriado (ou para qualquer dia): descobrir a Rota dos Quiosques de Lisboa.

Fotografia do quiosque do miradouro de Santa Catarina.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Rota da Biodiversidade



É inaugurada na próxima quinta-feira, 2 de Dezembro, às 11:30, a partir do Módulo Ambiente (Jardim Vasco da Gama), a Rota da Biodiversidade, o primeiro percurso pedestre homologado em Lisboa. Esta Rota, que “liga” o Parque Florestal de Monsanto e o rio Tejo, estende-se ao longo de 14 Km, passando por 18 pontos de interesse assinalados. Ao longo do percurso existem vários painéis informativos e interpretativos com indicação da fauna e flora existentes nesses locais.

Fica o convite para a inauguração, que será precedida pelo visionamento do filme “A maior Flor do Mundo”, de José Saramago, e terminará com o percurso até ao Rio, pela Rota, onde serão libertadas várias gaivotas recuperadas pelo CRAS de Lisboa.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Hortas Urbanas

Está em obra aquele que será o maior Parque Hortícola em meio urbano do país, com uma área de cerca de 15 hectares no Vale de Chelas.

A criação de parques hortícolas é de extrema importância em termos sociais, económicos e ambientais. Espaços com estes características, áreas de produção e lazer, sobretudo em zonas economicamente desfavorecidas, promovem a interacção social e a consciência comunitária entre os residentes e ao mesmo tempo proporcionar a introdução de frescos na alimentação destas populações, bem como a possibilidade de um incremento do baixo rendimento familiar pela venda localizada de alguns produtos. A nível económico, para a autarquia permite reduzir substancialmente os custos de manutenção, e assegura a permeabilidade dos solos em áreas importantes para a estrutura ecológica municipal.

O Projecto de Execução do Parque Hortícola do Vale de Chelas, nasceu da necessidade urgente de dotar o vale das condições necessárias à prática de agricultura urbana, actividade já há muito desenvolvida de forma desordenada nesta área, situada a montante da Bacia hidrográfica do Vale Central de Chelas e inserida na Estrutura Ecológica Municipal.

Este projecto incide numa área de cerca 15 hectares, dos quais 6,5 são considerados para uso hortícola, prevendo-se, inicialmente, a instalação de cerca de 400 talhões com áreas de 150m2 cada.

O Projecto será executado por fases, prevendo-se a conclusão da primeira fase no início do segundo semestre de 2011. Esta obra inclui a modelação do terreno, reforço e protecção das encostas, abertura dos caminhos principais e introdução de uma rede de distribuição de água, com bocas de rega.O fornecimento de água adequada à rega dos produtos hortícolas é a acção primordial deste projecto, pois vem acabar com as situações graves de saúde pública pela rega das culturas com águas do saneamento público em épocas de seca.

O segundo aspecto mais importante é a introdução de uma rede de caminhos consolidada, hierarquizada, que permita o acesso e usufruto do novo Parque a todos os habitantes. O projecto procurou respeitar a rede de caminhos sedimentada actualmente pelos hortelãos.

Posteriormente, serão colocadas vedações nas hortas, definidos os caminhos entre as hortas, plantação de plantas e arbustos de bordadura (junto às vedações das hortas), colocação de alfaias / casas de Arrumo para os hortelãos. Por último será instalado um equipamento infantil e um quiosque com esplanada.

Este projecto pretende, também, aproximar a prática agrícola destas unidades à exclusividade da agricultura biológica pela compostagem de resíduos e utilização apenas de produtos biológicos na cultura, estando para isso a serem desenvolvidos procedimentos que permitam fornecer aos agricultores urbanos acções de formação nesse sentido, bem como meios para o executar.

Todo este processo foi devidamente acompanhado pelos hortelãos, através de várias reuniões promovidas pela Câmara Municipal de Lisboa, uma vez que a CML comprometeu-se a atribuir, de forma directa, talhões aos cerca de 100 hortelãos que já ocupavam anteriormente o local. Os restantes talhões serão atribuídos mediante concurso público, que será realizado em 2011.

Enquanto as obras decorrem a CML tem desenvolvido e pretende, ainda, desenvolver várias acções de formação em Horticultura.

Reportagens sobre esta intervenção:



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Ladralternativa - 27 / 28 de Novembro

Dando seguimento à estratégia de dinamização dos Mercado Municipais, a CML apoia mais esta iniciativa no Mercado do Forno do Tijolo*. Trazer novos públicos para os mercados de Lisboa, reaproximando-os da comunidade, é fundamental para a sua sustentabilidade futura.

Lisboa precisa dos seus mercados e os mercados precisam de Lisboa.

Fica o convite.
* Anjos. Rua Maria da Fonte.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Plantar 2500 árvores em Lisboa

Lisboa volta a apoiar a iniciativa “Plantar uma árvore”, que este ano decorre em três datas - 20, 23 e 27 de Novembro - em vários locais da cidade. Ao todo serão plantadas cerca de 2500 árvores por cidadãos e por alunos de escolas de Lisboa.

O vereador José Sá Fernandes vai participar no arranque da iniciativa no próximo sábado, dia 20 de Novembro, às 14h30, na encosta oeste dos Montes Claros, em Monsanto*.

Dia 20 de Novembro serão plantados cerca de 800 Quercus suber e 200 Quercus rotundifolia na encosta oeste dos Montes Claros, entre as 14h30 e as 17h00; no dia 23 de Novembro, 400 Cupressus lusitanica no Parque do Calhau, entre as 9h30 e as 11h30; e no dia 27 de Novembro, 400 Quercus suber, 300 Quercus robur, 300 Quercus faginea, na encosta norte dos Montes Claros, entre as 14h30 e as 17h00.

A Câmara Municipal de Lisboa apoia esta iniciativa cedendo as árvores, provenientes dos viveiros florestais municipais, mas também através da disponibilização e preparação do terreno, e do apoio logístico e técnico nos dias das plantações.

As inscrições para participar nesta acção estão a decorrer no site www.plantarumaarvore.org.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Visita ao Plano Verde

Para quem não teve oportunidade de visitar a exposição, que terminou no dia 14 de Novembro no Mercado de Santa Clara, aqui fica um pequeno filme feito no dia da visita guiada do Professor Ribeiro Telles.



Foram mais de 2500 pessoas que visitaram o "Plano Verde", em pouco mais de 1 mês de exposição, e que ficaram a conhecer em detalhe este documento estratégico essencial para a cidade de Lisboa.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Plano Verde


Ontem foi aprovada a proposta de revisão de PDM, com 3 votos contra e votos favoráveis dos restantes eleitos, entre eles José Sá Fernandes. É um PDM que integra, como seria de esperar, o Plano Verde e respeita a Estrutura Ecológica Municipal, em particular os logradouros, quintais, tapadas, quintas históricas e cercas conventuais.

Esta sexta-feira há uma oportunidade única para conhecer em detalhe este documento fundamental para Lisboa, numa visita guiada por quem o desenvolveu - o Professor Gonçalo Ribeiro Telles.

Data e Hora: 12 de Novembro de 2010 às 18h00
Local: Mercado de Santa Clara (mapa em anexo)
Inscrições: A participação é gratuita. Caso esteja interessado em participar, deverá enviar um e-mail para martapeixinho@lisboaenova.org (T: 21 8847010), com o nome, profissão, entidade e e-mail. A Lisboa E-Nova confirmará a sua inscrição.

As inscrições são limitadas!

A Exposição termina já no dia 14 de Novembro.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

PDM de Lisboa

A Lisboa é Muita Gente solicitou ao sr. presidente da CML uma reunião para lhe dar a conhecer algumas das nossas preocupações sobre a proposta de revisão do PDM em curso. A reunião decorreu ontem, com a presença de Gonçalo Ribeiro Telles, Manuela Raposo Magalhães, Ricardo Sá Fernades, José Sá Fernandes, Duarte Mata e António Braga, pela associação; e do sr. presidente e do vereador Manuel Salgado.

O balanço feito é muito positivo e muitas das alterações propostas serão conhecidas amanhã na reunião de Câmara. O documento que orientou a conversa fica aqui para consulta. Como disse o prof. Ribeiro Telles à saída da reunião, agora "o problema mais grave é o que se passa à volta da cidade". Lisboa "tem de dar o exemplo", de modo a que exista "um mundo urbano de qualidade rodeado de um mundo agrícola de qualidade".


Lisboa é muita gente

O blogue do Lisboa é Muita Gente está de volta num momento importante na cidade de Lisboa: a revisão do PDM de Lisboa.

Terá algumas alterações e será sobretudo um espelho da actividade da associação e dos seus elementos, em particular do trabalho desempenhado pelo vereador José Sá Fernandes, eleito independente nas listas do PS para a CML com o apoio da associação.

Estamos também no Facebook onde contamos com os vossos contributos, opiniões, sugestões e críticas.


Lisboa é muita gente e nós contamos com todos.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A Habitual Falta de Rigor do Dr. Santana Lopes

O Dr. Santana Lopes distribuiu na última Reunião de Câmara e junto dos jornalistas, um documento em que, entre outros erros e despropósitos, quanto à proposta 33/CM/2008, aprovada na Reunião de Câmara de 25 de Janeiro de 2008, diz o seguinte: “O Vereador José Sá Fernandes participou na discussão desta proposta. E votou-a favoravelmente”, e mais à frente: “(…) sendo Vereador da Câmara respectiva, votar despudoradamente uma deliberação em que claramente tem interesse pessoal e, portanto, relativamente à qual não podia posicionar-se de forma isenta e imparcial (…)” e que “o Vereador José Sá Fernandes incorre em perda de mandato dado preencher a previsão do nº2 do artigo 8º do Regime Jurídico da Tutela Administrativa (…)” e que “efectivamente, o Vereador José Sá Fernandes, ao participar na discussão e ao votar favoravelmente a Deliberação n.º 33/CM/2008 interveio em procedimento administrativo relativamente ao qual se encontrava impedido nos termos da lei (…)” e ainda que: “através da sua actuação, o Vereador José Sá Fernandes demonstrou ser indigno de permanecer no exercício das suas funções…”

O Dr. Santana Lopes e o PSD dizem isto tudo sem terem sequer o cuidado de consultar a acta da respectiva Reunião. É que, se o tivessem feito, facilmente verificariam que eu não participei naquela sessão camarária e, consequentemente, não discuti a referida proposta, nem a votei.

É de facto extraordinária esta total falta de rigor, mas basta lembrarmo-nos da actuação do Dr. Santana Lopes nos diversos cargos públicos que desempenhou para, afinal, não nos espantarmos com este tipo de atitude, não merecendo qualquer outra explicação a matéria em apreço – Não se comenta o que não tem crédito!


Esta nota foi também enviada à Comunicação Social.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Sobre a última reunião de Câmara...

... e a oposição alaranjada.

Dizem?
Esquecem
Não Dizem?
Disseram

Fazem?
Fatal
Não Fazem
Igual

(Fernando Pessoa)

É Proibido Proibir!

A minha filha e a amiga gostaram, eu também. O sofá bocca foi uma das peças favoritas.

Implantação da República - Os Botto Machado

No ano das comemorações dos 100 anos da implantação da república, comecei o meu périplo com a visita ao reabilitado Jardim Botto Machado.

A olhar o Tejo, na nova esplanada.



A primeira duvida: Qual dos irmãos Botto Machado dá nome ao jardim, Pedro ou Fernão?

Ambos com história republicana, ambos com curriculum…



Fernão Amaral Botto Machado – “não fez exame de instrução primária, mas ainda assim foi solicitador encartado, deputado, diplomata e jornalista e, ao mesmo tempo, um admirável defensor junto das “classes operárias”, que, aliás, acorriam em massa a ouvir a sua palavra”. Dirigiu o jornal “A Vanguarda” e a revista “Mundo legal e judiciário”, foi deputado logo na Constituinte em 1911 e, já como diplomata, em Tóquio, instituiu ali uma biblioteca e duas escolas (ainda existirão?), deixando a sua biblioteca à “voz do operário” (ainda é útil?).


Pedro Amaral Botto Machado – Em 1891, como 2º sargento, foi um dos mais activos elementos da revolta de 31 de Janeiro, pelo que respondeu em conselho de guerra, sendo condenado a 3 anos de degredo, cumprindo pena em Luanda e Benguela. Em Novembro de 1910, foi reintegrado no Exército e, em 1913, foi nomeado Governador em São Tomé e Príncipe. Foi um dos revoltos propagandistas que percorreram o país em defesa das constituintes, das quais fez parte, como deputado, eleito por Pinhel. Em Gouveia, foi grande benemérito e quem instituiu a ainda existente Banda Filarmónica - Sociedade Musical Gouveense.

Embora a literatura se divida, as actas não… Brevemente revelarei o mistério.

À saída do jardim uma mirada para os lódãos junto ao caminho. Será bom, agora, entre Setembro e Novembro, ouvir, ali, a passarada a comer os seus frutos, por ironia, chamados de "ginginhas do Rei".

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Sem Vergonha

Duarte d´Araújo Mata, arquitecto paisagista Eleito local em Lisboa nas listas do PS pela Associação Cívica "Lisboa é Muita Gente"


Ontem na Assembleia Municipal de Lisboa foi chumbada uma proposta que previa manter os espaços verdes da Av. da Liberdade. Assente no princípio básico de que não mais será possível voltarmos a ter espaços verdes abandonados e sem cuidado na Cidade, foi aprovado em Câmara uma proposta de manutenção e conservação por um ano, podendo ser prolongada anualmente até a um limite de 4 anos. Sendo um espaço propício a ser mantido pela autarquia, a verdade é que em 12 de Janeiro de 2010 é uma felicidade a Câmara ter encontrado forma de poder começar a manter espaços, devendo em simultâneo ir avançando com os mecanismos de aumento dos seus quadros na área da manutenção dos jardins, processo que é óbvio não se faz de um dia para o outro, como se sabe.

O PSD acusou o actual executivo de falta de visão, falta de estratégia e falta de convicção na gestão dos espaços verdes para disfarçar que a única razão porque a proposta não passaria eram questões de ajustes de contas, que a tudo se sobrepõem, toldando o bom senso e o discernimento. No limiar da falta de vergonha é o PSD, que ficou associado ao período de maior abandono dos espaços verdes de que há memória, e queixando-se hoje de que não havia dinheiro na altura, pese embora não tenha dado um passo sequer para o encontrar, e que vem agora chumbar mais esta iniciativa.

Prostrado, o PSD deixou morrer os jardins de Lisboa enquanto na Avenida da Liberdade rios de dinheiro foram deitados à rua para plantar flores-de-corte, diariamente, num projecto caricato e sem concurso e também sem explicações até hoje para justificar os arranjos florais de Petúnias, Amores-Perfeito e Violetas.
Sem estratégia, o PSD nada propôs para que os espaços verdes pudessem ser mais sustentáveis, mais resistentes, menos dependentes em manutenção, limitando-se a perpetuar o modelo sem perceber o que estava e está em jogo.
Resignado, o PSD nada fez para dotar o Município de um corpo de jardineiros para tratar dos espaços verdes, tendo optado unicamente pela contratação exterior ou pela desresponsabilização através da passagem indiscriminada e a qualquer preço para as Juntas de Freguesia, deixando depois de pagar a generalidade dos compromissos que havia assumido.
Sem audácia, o PSD não procurou financiamento para a construção de novos espaços, ao contrário deste Executivo não os conseguiu, bem como deixou que todo o tipo de actividades acontecessem na Cidade sem contrapartidas para espaços verdes, não tentou parcerias, não aproveitou as oportunidades para reivindicar melhorias na Cidade. Pouco ou nada fez.

É este PSD que, mesmo quando sobe hoje à tribuna, grita de baixo quando podia, noutras circunstâncias, até quem sabe, falar de cima.
Ontem, sem vergonha, chumbou mais uma proposta.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Lhasa de Sela

Dia 2 de Janeiro soube da notícia.


Aos 37 anos, a voz das canções tristes que amava a vida morreu. Começa 2010 sem a autora livre, apelidada de nómada, de “La Frontera” e “El Desierto” e que cantou Amália em Português (Meu Amor).

Recordo romances (na Alemanha), angústias e os novos caminhos do ex-2009…


É noite:
“Llorando
De cara a la pared
Se para la ciudad”

domingo, 10 de janeiro de 2010

Notas de Trás-os-Montes

No final de 2009 aproveitei uns dias para regressar a Trás-os-Montes. Tomei algumas notas na viagem para colocar neste blogue, e que só agora o consegui fazer. Notas soltas, tomadas em pedaços de papel de ocasião e que aqui partilho.

27 de Dezembro
Chegada a Oura (Vidago). A despedir-me do ano onde o iniciei. Em família, mais uma prenda – o livro de Roberto Bolaño, “2666” – vamos ver se consigo lê-lo no ano que agora começa! Lembro-me de, ainda há poucos meses, ter estado aqui com o pintor João Vieira e de sentir que ia surgir uma amizade transmontana, mas 2009 levou-o… em Lisboa.

28 de Dezembro
De visita a Miranda do Douro, no Nordeste Transmontano, e, depois de uma posta mirandesa, no “Mirandês” (claro!) , ”Las mies purmieras palabras an Mirandês”, úteis para os Espaços Verdes…

… e para o Espaço Público.



29 de Dezembro


É bom acordar e passear na cidade de Miranda do Douro. Surpresa! Na Sé, o Menino Jesus tem uma cartolinha, guarda-roupa e já uma certa idade. Só nós.

Ida a Zamora. Perante a terra de El Cid e da imponência do castelo de Dona Urraca, mais do que um grito pelo Tratado da Independência, o orgulho pela nossa identidade.

Volta por Mogadouro, berço de Trindade Coelho e de um Sá Fernandes antigo, companheiro do escritor referido no livro “In Illo Tempore”. Será que os dois, “lá em cima”, comentam o arranjo da praça (Trindade Coelho) que fizemos em Lisboa?

30 de Dezembro
Na ponta mais oriental de Portugal, em S. João das Arribas, a olhar, como as águias, o Douro abrupto e geológico. Lá em baixo, um barco para levar viajantes, no percurso que ganhou o
primeiro prémio de Turismo. A fazer.

Visita ao museu de Miranda para encontrar as máscaras que, todos os anos, aparecem na Festas de Lisboa. O adeus de até breve.

No regresso à capital, a mirar castros e berrões, com passagem por Freixo
de Espada à Cinta e Barca d’Alva – o sítio de Guerra Junqueiro, a recordar o
jardim de Lisboa que tem o seu nome (“Jardim da Estrela”). Dormida em Figueira
de Castelo Rodrigo.
31 de Dezembro
A terminar o passeio, visita ao castelo do “traidor”
Cristóvão de Moura e a pensar no baptizado ibérico a que ia mais logo. Ainda bem
que os tempos são outros.
Baptizada a Diana e foguetes para o novo ano, em família.