quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Fontes de Lisboa



Durante muito tempo ouvi um amigo perguntar-me como era possível que os lagos da Av. da Liberdade ainda estivessem sem funcionar. Dizia-me que queria fazer o seu trabalho - este amigo é realizador - e que a água só corria quando despejada a baldes do cimo das fontes.

Sei que, por vezes, as boas notícias ou os pequenos grandes pormenores escapam ao nosso olhar, julgando mesmo que sempre fizeram parte do nosso quotidiano, mas a verdade é que não.

Há vários meses que todos os lagos da Avenida já estão a trabalhar, algo que há anos - penso que há muitos - não acontecia; e que, ainda em fase de testes, também a Fonte Luminosa da Praça do Império em Belém voltou a funcionar.

A intervenção na Fonte vai permitir passar a ter programas de funcionamento diferentes para cada dia, não sendo necessária a intervenção humana no local, como acontecia até aqui.

Esta peça de enorme valor artístico e patrimonial, foi construída em 1940 aquando da realização da Exposição do Mundo Português e é da autoria do Arquitecto Cotinelli Telmo. Desde 2004 que não funcionava com regularidade, privando-nos a todos do seu esplendor. Agora está de volta e, espero, por muito anos.

Bem sei que, infelizmente, outras há que ainda não jorram como outrora, mas também essas lá chegarão.

Jardim Bordaliano



O ano de 2010 começa logo por trazer um "novo" jardim a Lisboa.

Está concluído e pode ser desde já visitado o Jardim Bordallo Pinheiro, no Museu da Cidade. Um trabalho fantástico da artista Joana Vasconcelos, e da fábrica de cerâmica das Caldas, que recriou este recanto da Cidade, tornando-o ainda mais especial.

Uma boa forma de receber o novo ano.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Orçamento Participativo - 2ª fase


Começou hoje a segunda fase - votação - do 2º Orçamento Participativo. Até dia 15 de Janeiro, todos os cidadãos podem votar nas propostas que querem ver implementadas na nossa cidade, e que a Câmara irá executar.

Esta é uma medida que me deixa particularmente orgulhoso. É um exemplo de democracia participativa, de participação cívica, pela qual batalhei e que se tornou realidade ainda no mandato passado. Lisboa passou, assim, a ser a primeira capital da Europa a dispor uma parte considerável - 5 milhões de Euros - do seu Orçamento Municipal para ser aplicada em função da decisão directa dos seus munícipes.

Felizmente, em matéria de participação, este não foi o único exemplo que propus enquanto vereador e que passou à prática. A realização de reuniões de câmara públicas descentralizadas, com todo o Executivo a deslocar-se a todas as freguesias, fundamentais para sentir e ouvir as preocupações dos cidadãos, foi outra das medidas implementadas no mandato passado - dia 6 de Janeiro retomam.

Acredito, como sempre acreditei, na participação cívica. A democracia faz-se com todos e todos são importantes para tornar Lisboa numa cidade melhor. E até 15 de Janeiro todos devem participar.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Sobre o Príncipe Real


Tenho acompanhado em silêncio toda a actividade em torno do Jardim França Borges (Príncipe Real). Todas as coisas que têm dito: algumas acertadas, a maioria sem razão.

Entristecia-me o estado a que deixaram chegar o jardim, no coração do Príncipe Real, sítio onde nasci há 51 anos, o que reforça a minha ligação com este espaço.

A recuperação de miradouros, jardins e praças foi e é um dos meus objectivos. Entristecia-me vê-los escuros, maltratados, indignos da sua dimensão e da sua importância para esta Cidade.

Tal como já aconteceu nos miradouros de São Pedro de Alcântara e do Torel, nos jardins Botto Machado, Francesinhas ou Cesário Verde, entre outros, e como está a acontecer noutros locais de Lisboa, a reabilitação do Jardim França Borges era, há muito, exigida. E era devida.

Desde os anos 90 que se prometia. Desde os anos 90 que se falava que “para o ano é que é”. Desde os anos 90 que os moradores do Príncipe Real e os lisboetas em geral esperavam e desesperavam, e enquanto isso o jardim ia-se lentamente degradando.

Isso acabou. Prometi devolver a dignidade àquele espaço e é isso que a CML está a fazer.

Não estamos a destruir, estamos a requalificar, a devolver a identidade ao jardim.

Não estamos a abater árvores, estamos a substituí-las; maioritariamente Choupos doentes, mal formados, com fragilidades mecânicas e que apresentavam risco para as pessoas e bens. A mais antiga tinha 28 anos e o funcionário que a plantou ainda trabalha na Câmara; na altura para substituir Ulmeiros.

Vamos substituí-las, de novo, agora por Lódãos, bem mais consentâneos com um jardim romântico como este.

Não há nenhuma árvore histórica envolvida, felizmente, porque até essas adoecem.

Em Maio, em parecer, a DRCLVT afirmou que “a intervenção proposta ao nível da vegetação baseia-se num levantamento exaustivo que suporta decisões coerentes a nível arbóreo, arbustivo e herbáceo, salvaguardando a segurança de transeuntes e bens, a imagem romântica do jardim público e a gestão integrada em termos de manutenção”; propondo desde logo “a aprovação da intervenção a nível da vegetação”.

O mobiliário é o que lá existe. Os pavimentos serão em saibro compactado, em vez de alcatrão.

E, mais uma vez, tudo isto tem parecer favorável do IGESPAR.

Sobre a participação pública e a necessidade de informar à população, digo apenas o seguinte:

- A CML distribuiu no jardim, uns fins-de-semana antes da obra começar, um folheto com informação sobre o projecto;
- A CML, também antes das obras se iniciarem, através de uma empresa especializada, entregou nas caixas do correio de várias ruas nas imediações do jardim, 6000 exemplares de uma carta do presidente António Costa dirigida aos munícipes. Nessa carta está explicito que as operações prevêem a “recuperação do coberto vegetal e a substituição de árvores de alinhamento”;
- A CML colocou, várias semanas antes do início da obra, um cartaz com o projecto e o resumo da intervenção;
- A CML informou a Junta de Freguesia das Mercês, que tem o projecto há vários meses para possível consulta nas suas instalações;
- Eu, enquanto vereador, reuni, já depois do início das obras, com representantes da Associação Sétima Colina, que compreenderam o âmbito da intervenção; esclareci pessoalmente várias pessoas que me contactaram e abordaram sobre o assunto.

Falta de informação? Não me parece. Talvez excesso de contra-informação.

Mas admito que houve um aspecto em que falhámos. Falhámos no dia do abate. Podíamos e devíamos ter feito mais e melhor na informação prestada e na forma como a acção foi feita. Também eu sofro ao ver o abate de uma árvore e compreendo a exaltação. Julgo que foi aí que falhámos.

Mas nada justifica as mentiras e os jogos políticos que, infelizmente, manipulam a opinião de cidadãos, maioritariamente bem intencionados, distorcendo a realidade dos factos e empolando as reacções.

Do ponto de vista paisagista este é um excelente projecto, feito por uma arquitecta paisagista da CML, e não sou apenas eu que o digo. Vários especialistas, entre os quais o Prof. Gonçalo Ribeiro Telles, a Prof. Aurora Carapinha, o Prof. Fernando Catarino e a Prof. Luisa Schmidt defendem o projecto.

Consideram a proposta de requalificação do Jardim França Borges “uma intervenção criteriosa, adequada (…) exemplar e que devia ser considerada como referente de uma boa prática de intervenção em património paisagístico”.

A garantia que dou a todos é que o Jardim do Príncipe Real voltará a ter a dignidade que merece. Será um espaço mais iluminado, mais seguro, mais fresco e bonito, como deviam ser todas as praças e jardins em Lisboa.

Certo é que daqui a quatro meses o Príncipe Real estará restaurado. As novas árvores estarão plantadas e todos os que alimentaram a polémica verão que não havia razões para alarmes. Não quer dizer que vai agradar a todos, nem que as polémicas vão acabar, até porque, o mandato, ainda agora começou.

Neste, como noutros casos, continuarei a fazer aquilo em que acredito, aquilo que considero ser o melhor para Lisboa, mas atento, por entre a poeira, aos bons conselhos que me dão.

Seria mais fácil não fazer. Seria mais fácil nunca ter denunciado ou nunca ter feito. Mas podem ter a certeza que, com a força com que sempre denunciei, continuarei a fazer por Lisboa. É isso que faz um homem de Lisboa.

domingo, 22 de novembro de 2009

Plantar uma árvore


1 árvore = 1 bebé. Esta era uma das minhas propostas quando me candidatei há dois anos à CML.

O João Rosa quer ir mais longe. O objectivo dele é "1 pessoa = 1 árvore" e, no sábado, deu provas de estar no bom caminho para o conseguir.

Ele e o grupo de cidadãos de o acompanham, reuniram, em poucos dias, cerca de 400 pessoas para reflorestar uma encosta no Parque do Calhau, em Monsanto, com o apoio da Câmara.

Muitas famílias, jovens, crianças, cumpriram com o objectivo e plantaram 1000 árvores. E nem as nuvens os demoveram.

Foi bom ver e participar nesta iniciativa de cidadania.

Parabéns ao João Rosa pela ideia e pela forma como a implementou. Parabéns a todos os que ajudaram a concretizá-la.

Ficou a promessa de repetir, até para que o seu filho, que não pôde participar, tenha, também, a oportunidade de plantar a sua árvore. Cá estaremos para o apoiar.

Luzes de Natal



Para os mais distraídos, as luzes de Natal já estão ligadas. Já iluminam a noite de pelo menos 39 ruas de Lisboa. No Largo Camões está um enorme coração que reage a quem lhe toca, mudando de cor. Interessante.

Tenho um velho hábito de atribuir uma ordem às iluminações, uma classificação por ruas, de acordo com critérios por mim criados. Este ano também o farei, mas a tarefa não será fácil porque há muita qualidade.

Para aproveitar a época natalícia na rua.

sábado, 14 de novembro de 2009

Corrupção no esquecimento...

Preparo-me para o fim-de-semana e adivinho várias notícias dos jornais e televisões e artigos de opinião sobre corrupção, mas também o esquecimento, do único caso até agora provado em tribunal.

É o que temos.

Mercado das Flores

Voltaram as flores ao Mercado da Ribeira. Daqui em diante, haverá mercado às segundas, quartas e sextas.

Conheci hoje a representante da Associação de Produtores de Flores. Tinha esperança, agora quase a certeza, as flores vão estar muito presentes em Lisboa nos próximos quatro anos.

Espero que corra bem esta iniciativa pensada pela vereadora Ana Sara Brito.

Reportagem do Público.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Semana que passa #2 - Processo da Centieira

Ao fim de alguns anos, o MP foi peremptório: o pretendido pela Gesfimo violava o PDM.

Não houve crime, ainda bem, o interesse é Lisboa e a zona em causa ficou salvaguardada dos interesses imobiliários especulativos, aprovados ilegalmente, e dos "famosos" direitos adquiridos - ainda bem que fiz a queixa.

Semana que passa - Iluminações de Natal



O processo é claro e transparente, e ainda vou tentar que sejam pagas ainda este ano, afinal foi uma medida tomada no anterior mandato.

Alfama - 12 de Novembro

Curiosa a parte do altar onde está o Cristo crucificado na Igreja de Santo Estêvão. Golpe de sorte do olhar, bem me parecia, afinal aquele conjunto terá sido encomendado para outra igreja, a do Convento de Mafra. Não registei o momento para o partilhar, mas sugiro a visita ao local.

Despedida de Alfama: Até já!

Alfama - 11 de Novembro

É bom acordar em Alfama. Pouco mudou nas ruas – e ainda bem! Infelizmente há demasiados prédios devolutos e sente-se a expulsão de muita gente. Más ideias e políticas dos tempos de Santana Lopes.

No miradouro da Igreja de Santo Estêvão já não há crianças, embora as árvores cresçam; nas escadinhas já não há namoro.

Miradouro, 1966
2009


Escadinhas de Sto Estevão, 1968
2009


À tardinha, castanhas e vinho de Lisboa, com a malta do gabinete – foi um bom festejo de São Martinho.

Créditos: Fotos a preto e branco retiradas do livro de Eduardo Gagueiro "Lisboa no Cais da Memória".

Alfama - 10 de Novembro

Em Alfama ouvem-se os passos. Advinham-se as personagens. Entretanto, surpresa! A quem pertencerá aquela área verde? É a maior, ou melhor, a única do Bairro. Desconhecia-a. Tenho de averiguar.

Excelente o trabalho dos serviços da CML na limpeza do Bairro.

Alfama - 9 de Novembro

Há 20 anos caiu o Muro de Berlim. Desde aí que penso lá ir – talvez para o ano…

Jantei na “Mesa dos Frades”, no Largo da Rosa, antiga capela e depois taberna. Há notícia, num livro antigo, que o púlpito e o tecto de madeira, com pintura em tela, foi dali retirado há já umas décadas e instalado numa igreja de Alhandra. Tomei nota. Gostava de confirmar, de lhe seguir o rasto.

Saí, antes do Ricardo cantar o fado, mas trouxe o CD. Adormeci a ouvi-lo, a olhar o Tejo, em Alfama.


Quatro dias em Alfama


Nos últimos quatro dias estive em Alfama. Foi lá que dormi, retomando um hábito antigo, que fazia, de quando em vez, antes de ser vereador: sentir como é acordar nos diferentes bairros de Lisboa.

Devido a uma semana bastante ocupada, não consegui actualizar o blogue tanto quanto devia. Por isso, aqui fica o relato destes dias.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

As imagens do nosso jantar

A qualidade das fotografias não é a melhor, mas permite registar o primeiro jantar oficial da associação Lisboa é Muita Gente.

Foi um óptimo encontro. Muitos amigos, unidos por Lisboa e para Lisboa. Muita Gente com vontade de intervir, de lutar pelo que considera ser o melhor para a nossa cidade. Gente de várias gerações, de várias origens e com interesses variados.

Há muita vontade em alargar o âmbito de discussão e de actuação deste movimento.

Já a partir do próximo ano, queremos iniciar fóruns de debate e encontros, abertos a todos, sobre temas estruturantes para a cidade de Lisboa, como a revisão do PDM, a continuação da implementação do Plano Verde e a estrutura ecológica de Lisboa, o papel da bicicleta na cidade ou a interculturalidade.

Na quinta-feira fomos mais de 40. No futuro queremos ser muitos mais.



terça-feira, 27 de outubro de 2009

Jantar 'Lisboa é Muita Gente'


Nesta quinta-feira realizaremos um jantar de associados e amigos da 'Lisboa é Muita Gente'. Vai ser o primeiro encontro pós-eleições.

O objectivo é falarmos sobre perspectivas de trabalho quer da Câmara, quer da nossa Associação.

É preciso que todos saibam: A associação cívica 'Lisboa é Muita Gente' tem um papel que vai para além destas ultimas eleições, em que ajudou António Costa a ganhar a presidência do município e o projecto UNIR LISBOA a vencer.

A nossa Associação irá, de forma cada vez mais organizada, acompanhar as políticas da cidade e o trabalho deste Executivo e desta Assembleia Municipal. Por outro lado, continuaremos a reflectir e a debater com outros a nossa Lisboa. Sem grandes pretensões, pensamos que podemos ser um instrumento importante para quem deseja contribuir para "uma cidade das pessoas".

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Pedalar, para fugir do preconceito

Por Duarte d´Araújo Mata, arquitecto paisagista


Ruben de Carvalho escreveu um artigo no "Expresso", no dia 17 de Outubro, dedicado inteiramente a desvalorizar, diria melhor, a denegrir o papel da bicicleta no sistema de mobilidade na cidade de Lisboa.
Uma semana depois do acto eleitoral e dos seus resultados em Lisboa, eis que o primeiro artigo de Ruben de Carvalho, sublinha-se aqui o primeiro, é dedicado, imagine-se, à bicicleta!

Agarrado aos preconceitos de sempre em torno das colinas, tece Ruben de Carvalho considerações várias sobre um meio de transporte que, para ele, nada significa (mas "é positivo", atenção) e que considera mesmo "...um erro absoluto pensar ou sequer insinuar que a bicicleta constitui mais do que um paliativo para o problema da mobilidade em Lisboa." Refere ainda que "o transporte por bicicleta nunca foi especialmente utilizado na nossa capital, ao contrário do que sucedeu noutros pontos do país". Diz ainda que a bicicleta "...se desenvolvera mais noutros países da Europa, onde as condições anteriores sempre foram mais favoráveis ao uso urbano da bicicleta".

Eis que, em meia dúzia de linhas, dois erros grosseiros são cometidos:

- O primeiro é assumir que a bicicleta não terá qualquer papel na melhoria da mobilidade.
Puro engano.
Em várias cidades do mundo desenvolvido, a bicicleta é um complemento activo do sistema de transportes, da mesma maneira que o é andar a pé. Anda-se a pé até à estação de metropolitano, se esta estiver até 1Km. E se estiver a 2 ou 3 Km? A bicicleta resolve esse hiato, evitando esperar por um autocarro ou levar o carro até lá.
E nas curtas distâncias? A bicicleta aí é competitiva e é mesmo o mais competitivo de todos os transportes, segundo dados de variadas fontes, designadamente publicações da Comissão Europeia, estimando-se que 30% da população na Área Metropolitana de Lisboa faça, por norma, curtas deslocações.
Assume Ruben de Carvalho que as bicicletas já não são o que foram (são agora mais leves, mais modernas, mais ágeis) e que a cidade cresceu para áreas planálticas.
Pois foi e é exactamente nessas áreas planálticas que a bicicleta sempre foi usada (vejam-se fotos de Benfica nos anos 40!). É nas áreas planálticas, entenda-se, simplificadamente, "do Saldanha para cima", que está concentrada uma parte substancial da população, bem como de inúmeros equipamentos colectivos geradores de tráfego.
E depois, entre planaltos, há vales onde se circula normalmente de bicicleta, alguns deles até ainda potenciais corredores verdes da cidade.
Em muitos casos, ao longo dos cabeços isso também acontece. Do Campo Mártires da Pátria ao Saldanha é praticamente plano. De Campo de Ourique a Campolide, idem.
Há muitas situações em que, de um planalto a outro, de uma linha de cumeada a outra, um viaduto (sim, um viaduto para peões e bicicletas, ou só se podem fazer pontes para carros?) torna imediato o até então impossível. A ponte sobre a Av. Gulbenkian, a futura ponte pedonal e ciclável ligando as Olaias a Chelas e aos Olivais, sempre à mesma cota ou a futura ponte sobre a 2ª circular tornando S. Domingos de Benfica e Telheiras a menos de 10 minutos a pé, são alguns exemplos.

- O segundo erro é o de que na Europa as condições sempre foram mais fáceis. Comparará Ruben de Carvalho o Inverno de Lisboa ao frio e à neve de Estocolmo, Copenhaga ou Berlim?
Comparará decerto as áreas planálticas de Lisboa às encostas a pique de várias cidades suíças, para não dizer alemãs, norueguesas ou suecas, com taxas notáveis de utilização da bicicleta?
Ou será a nortada estival de Lisboa ao verão escaldante de Sevilha?

O problema de Ruben de Carvalho foi o problema de Marcelo Rebelo de Sousa ou de Santana Lopes: preconceito e falta de informação, e ainda mais o primeiro que o segundo, o que é mais grave. O preconceito de que a bicicleta só serve ao pé do rio ao fim de semana, em calções; que a bicicleta só em ciclovias ou em trilhos em Monsanto e nunca "na Cidade". O preconceito de que Lisboa é toda aos altos e baixos. O preconceito de que nada se pode fazer intervencionado o espaço viário, retirando faixas de rodagem ou aumentando passeios. O preconceito de que "lá fora" é que sim, mas cá nunca.

Com o objectivo de defender os transportes públicos, que são realmente o centro para a solução da mobilidade, e todos o sabemos, usa-se mais uma vez o preconceito da bicicleta como arma de arremesso político (e não técnico) onde, fazendo confusões, generalizações apressadas e nalguns casos, claro, até insinuações.

Enfim, nada de novo a não ser caber no primeiro artigo pós-eleições!
Esperava-se mais, talvez.

Dá vontade de dizer: Lá fora sim, isto não pegava.



Fotografia retirada aqui.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Negócios sustentáveis


Este é um exemplo de um negócio inovador em Portugal e, certamente, um dos mais sustentáveis. Conheci a Camisola Amarela numa acção de campanha que realizámos e que se cruzou com um dos percursos de entregas desta equipa de empresários-estafetas "com muita pedalada".
É também um exemplo que reflecte o aumento do uso de bicicleta em Lisboa e das oportunidades que este meio de transporte pode criar.
Parabéns pela ideia e sucesso para o negócio.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Quero agradecer. Posso?



Por Duarte d´Araújo Mata,

Arquitecto paisagista

Eleito deputado municipal pelas listas Unir Lisboa

Neste último mandato fui deputado municipal, independente nas listas pelo Bloco de Esquerda entre 2005 e 2007, enquadrado na candidatura liderada por José Sá Fernandes.

O contexto da AML era diferente: maioria absoluta do PSD. Mas a Câmara Municipal foi até meados de 2007 também do PSD, tendo sido PSD/PP durante cerca de um ano.
Foi neste contexto que pude participar em acesas discussões e discutir propostas sobre variadas soluções para a gestão municipal. Foi nesta situação que pude ter conhecimento de que há muitas pessoas que sabem exercer os seus cargos com isenção, com elevação e com sentido de missão.
Falo neste caso da Drª. Paula Teixeira da Cruz.
Presidente da AML nestes 4 anos, desde cedo sobressaiu que as suas prioridades não eram pura estratégia política nacional, valorização pessoal mas sim os interesses da cidade de Lisboa.
Foi fácil de perceber, pela forma como defendia ou discordava das propostas, pela forma como tratava a Instituição Assembleia Municipal, os Munícipes que a ela se dirigiam ou os diferentes grupos políticos, e mesmo votando muitas vezes diferente da minha bancada, foi visível que a sua preocupação sempre foi Lisboa e os seus destinos.
E isso cada vez mais é o que interessa em política local.
Interessa quem é honesto, quem quer fazer coisas, quem gosta dos sítios para onde é eleito. Sem populismos, sem despesismos, sem loucuras.
Não me esqueço de que a Estrutura Verde da Cidade, de Gonçalo Ribeiro Telles, que começou a emergir este mandato através da construção de alguns dos seus corredores verdes, designadamente o Corredor Monsanto-Parque Eduardo VII, a ligação da Bela-Vista às Olaias, a Quinta da Granja, o Parque Periférico, o Corredor Verde Oriental ou o Corredor Ribeirinho, só foi possível porque em 2007 a Drª. Paula Teixeira da Cruz se empenhou para que o Plano Verde pudesse ter condições para vingar na Assembleia Municipal.
De que interessaria votar contra uma proposta com a qual até se concorda? Por razões de estratégia partidária? Cada vez menos isso é aceitável.
A Drª. Paula Teixeira da Cruz não fez isso, e não fez isso após 2007 quando, por queda do executivo camarário e eleição de outro de sinal político contrário, a Assembleia Municipal precisava ao máximo de todo o empenho e seriedade para que a Cidade pudesse funcionar.

A Drª Paula Teixeira da Cruz defendeu nessa altura que não houvesse eleições intercalares para a Assembleia Municipal. Muitos discordaram. Eu discordei.

Mas, da sua parte, é justo reconhecer que se empenhou para que a Assembleia Municipal não servisse de argumento à paralisação da Cidade. Não foi por ela que muitas propostas foram chumbadas, muitas vezes às cegas ou até aprovadas por engano. Foram inúmeras as vezes em que decidiu, até sozinha, votar contra a sua bancada. Votou com a Cidade. E quando votou contra, também o fez pela Cidade, porque acreditava com certeza que era a posição adequada.
Foi uma lição sobre a forma como podemos sobrepor os interesses de Lisboa à lógica partidária e às estratégias eleitorais em condições muito difíceis.
A política ainda está pouco virada para lidar com estas atitudes e não trata bem que as toma.

E agora uma coisa é certa, não teremos em Lisboa a Drª. Paula Teixeira da Cruz.

E isso parece-me uma má notícia para a Cidade.
E por isso, neste momento, acho que é o mínimo agradecer-lhe o mandato como Presidente da Assembleia Municipal.
Muito Obrigado
!

Foto retirada aqui.

Obrigado a todos!

A todos os que acreditaram na candidatura Unir Lisboa, que acreditam no nosso programa, visão e estratégia para a nossa Cidade, muito obrigado pelo voto de confiança.

Agora temos quatro anos para cumprir com os nossos compromissos. Para cumprir com tudo aquilo a que nos propusemos e que a maioria considerou ser o melhor para Lisboa. Temos quatro anos para dar continuidade ao projecto apresentado em 2007 e que temos desenvolvido desde então.

Foram dois anos de muito trabalho e os próximos serão, certamente, ainda mais árduos.

Viva Lisboa!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

No próximo domingo vamos Unir Lisboa

A imagem é da descida do Chiado hoje, que mobilizou centenas de pessoas em torno desta candidatura. Centenas de pessoas que querem uma Lisboa melhor, mais amiga das pessoas, mais agradável. Uma Lisboa com mais e melhores jardins, mais limpa, com maiores preocupações ecológicas e ambientais. Uma Lisboa onde se possa circular e viver. Uma Lisboa com muita gente, uma Lisboa para todos.

No próximo domingo é preciso votar nesta candidatura, para que o trabalho que foi desenvolvido nestes dois anos possa continuar.

Foto retirada aqui.

Na Quinta do Loureiro

Ontem visitei a Quinta do Loureiro com o candidato PS à Junta de Santo Condestável, Pedro Cegonho. Numa das visitas às colectividades do bairro, não resisti em desafiá-lo para um jogo de matraquilhos. O resultado, por cortesia, não revelo, mas adianto que correu bem (dei-lhe uma abada!).

Neste bairro há pelo menos três problemas que necessitam de resolução urgente por parte da Câmara: a piscina, há muito fechada sem condições de funcionamento; a limpeza urbana e a requalificação das zonas expectantes nas traseiras do bairro.

Este ano concluímos a importante requalificação da encosta do casal ventoso, mas, como pude ver ontem, ainda há trabalho a fazer.

Numa destas zonas expectantes um dos moradores decidiu arranjá-la, fazendo dali uma horta. É uma solução possível, interessante e que merece o meu apoio.

Afirmações pouco sérias

Ontem, no debate na RTP, ouvimos Pedro Santana Lopes dizer que tinha vendido 20000 fogos durante o seu mandato. Mais uma vez, são afirmações pouco sérias, como mostra a realidade.

Entre 2002 e 2004 a Câmara vendeu:

2002- 188 fogos
2003- 285 fogos
2004 – 499 fogos

Mais um exemplo que demonstra o desnorte deste candidato!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Jardim e miradouro do Torel







Está concluída a obra de requalificação do jardim e miradouro do Torel.
Foi mais uma intervenção de fundo, que deixou este espaço com melhores condições para atrair mais gente, para desfrutar do jardim e das vistas sobre Lisboa.
O miradouro tem também agora um quiosque-restaurante, que vai abrir em breve, e que dará o apoio necessário a quem por ali passar.
Recuperar e cuidar do património é fundamental para preservar a memória de Lisboa.

sábado, 3 de outubro de 2009

Jardim das "Francesinhas" (Lisboa Antiga)







Estão concluídas as obras de requalificação do jardim Lisboa Antiga, junto à Assembleia da República. Está de novo aberto para que todos o possam ir visitar.

O quiosque que colocámos no jardim também deve abrir em breve, para dar ainda mais conforto a quem por ali passear.

Este é mais um jardim degradado que foi recuperado, dando lugar a um espaço bastante mais aprazível.

Mesmo a pedir uma visita.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Rotunda das cinco vias


Mais uma "obreta", como, provavelmente, diria o candidato à CML com a mania das grandezas - o Dr Pedro Santana Lopes -, mas muito significativa e exigida pelos moradores do Alto do Lumiar.
As obras vêem-se pela importância que têm para quem as utiliza diariamente, e esta, embora pequena, é muito importante.

Jardim Cesário Verde




Está de novo aberto o jardim Cesário Verde. Está renovado, depois de importantes obras de requalificação ao nível do arvoredo e dos equipamentos, plantação de novas espécies, substituição do pavimento e do sistema de rega.
Sugiro um passeio pela Estefânia para redescobrir este recanto, passando, já agora, pelo jardim Constantino, onde estamos a fazer igualmente obras de requalificação. Também este jardim estará em breve pronto.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

IPO, Quinta do Zé Pinto e Feira Popular

A propósito do IPO, da Quinta do Zé Pinto e da Feira Popular, eis mais uma declaração pouco séria do Dr. Pedro Santana Lopes.

Para a instalação de um novo IPO é necessário um terreno com uma área superior a 7 hectares. Deste modo, fica de fora o terreno da Quinta do Zé Pinto, indicado como hipótese para o IPO pelo Dr. Santana Lopes, pois tem uma área de cerca de 3 hectares. Como diz o Povo, seria como “meter o Rossio na Betesga”.

Quanto à construção de um novo IPO onde hoje está instalado, são os próprios responsáveis por aquela unidade que consideram completamente inviável a hipótese.

Pior, é a contradição entre as suas promessas ambientalistas e o facto de querer instalar um equipamento desta dimensão na Quinta do Zé Pinto, que ocuparia o espaço na sua totalidade, sem deixar qualquer ou muito pouca área permeável, quando é por todos considerado essencial a sua existência na zona, até como modo de reter ou minimizar o caudal de águas que correm para o Vale de Alcântara. Infelizmente, não é possível ter “Sol na eira e chuva no nabal”.

Por último, falar da Feira Popular ou da Quinta do Zé Pinto, quando foi o Dr. Santana Lopes o responsável pela retirada da feira de Entrecampos e por um inqualificável negócio com clubes de futebol que envolvia a Quinta do Zé Pinto, é, de facto, de quem não sabe o que diz ou de quem não se lembra do que fez.

Lisboa precisa mesmo de quem faça… bem feito!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Semana Europeia da Mobilidade 2009



Infelizmente nem sempre pude ir dando conta, através do blogue, das muitas iniciativas que decorreram por toda a cidade no âmbito da Semana da Mobilidade - quem quiser ver o que ainda falta veja aqui.

Destaco algumas acções em que participei como o Mais Fitness, que reuniu cerca de 400 pessoas no Rossio; a apresentação do percurso pedonal entre a Calçada do Combro e o Palácio Marquês de Pombal; a entrega do Prémio Nacional "Mobilidade em bicicleta", entregue pela FPCUB à Câmara de Lisboa; ou o passeio de bicicleta pela pista ribeirinha no domingo, entre outras.

Felizmente que a página oficial da Câmara dá uma ajuda para recuperar as notícias.